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29 de novembro de 2013

Carta para um adeus

 Nunca tive costume de insistir. Colecionei, por muito tempo, desistências. Via que ia dar merda, ativava a autodefesa e fugia. No que decidi agir diferente, certa vez. O que me fodeu.

Toda pessoa tem um limite. Limite que não está claro, demarcado; só descoberto quando se está diante dele. E ainda assim é necessária atenção pra perceber que é o suficiente, que chegou, que deu.

Fiquei fora de prumo. Perdi a bússola, fiquei indo pra norte crente de que era sul. Indo, acreditando que teria sentido, ignorando que era só perda de tempo. Como tolo ingênuo, fui cedendo às irracionalidades dos sentimentos TRANSMUTADOS de genuínos para doentios e, por conseguinte, nocivos.

Mas que pese a autorreflexão, o autoexame sentimental. E, depois de muito relutar, depois de brigar tanto com as constatações lúcidas, pensando que aquelas tomadas por sentimento, impregnadas do que há de mais cego, eram as seguras, em tempo para a salvação, cheguei à solução. Simples no pensar, um monstro no agir, mas é solução, a única que consegui encontrar.

Consiste, afinal e simplesmente, num até breve - uso o breve para aliviar o peso de um adeus. O tempo, a cura. O tempo, portanto, um ir. Sair, deixar, afastar. Dar logout, desses sem preocupação. Afundar na vida e deixar que ela trabalhe.

A volta é certa. Que não é possível um para sempre. Mas a volta deve ser de um ser mais leve, maduro e, por que não, pacificado. Mais desapegado. Limpo, longe desse limite.

Até.